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Criança e o luto

Algumas das situações mais difíceis que podemos enfrentar é falar e ensinar sobre a perda de um ente querido para uma criança, no entanto é uma oportunidade que temos para ensinar a criança a respeito do luto, de sua importância e como vivenciá-lo de uma maneira saudável, uma vez que que o primeiro luto irá influenciar nos outros que virão adiante.


Não há uma receita para falar de morte com as crianças, assim como acontece com adultos, cada uma reage de uma forma diferente da outra, dependendo de sua idade, de quem faleceu, causa da morte, grau de proximidade, se foi uma morte esperada ou inesperada e de diversas outras variáveis. Por isso é importante ouvir e prestar muita atenção nas reações que ela terá ao longo do tempo.


Quando vamos dar a triste notícia de um falecimento:


Crianças são muito literais, elas entendem o mundo de acordo com o que falamos para ela. Quando vamos dar a notícia do falecimento, é melhor que façamos de forma clara e objetiva, não usarmos termos vagos, tentar aliviar ou mascarar a informação de alguma forma. Por exemplo: Se falarmos que a pessoa que faleceu está dormindo, descansando ou viajando, podemos confundi-la, correndo o risco de a criança desenvolver um medo ou aversão à tais comportamentos ou até mesmo fazer com que fiquem esperado a volta do ente falecido.


O ideal é evitar dar muita informação a respeito da morte de forma espontânea para as crianças mas quando perguntarem, responder as perguntas honestamente e, novamente, da forma mais clara possível. Não omita a causa da morte mas evite detalhes muito pesados.


Nunca forçar a criança a ir ao funeral, mas se ela quiser ir, prepará-la para o que verá. Falar que terá muitas pessoas chorando, do ambiente triste e até mesmo do caixão. A ida da criança ao velório e de sua participação nas demais ritualísticas podem ajudá-la a fechar o ciclo.


Se possui religião, a ideia do além e reencarnação pode ajudar nessas horas mas se não possui, valorizar as lembranças de que a pessoa vai continuar viva em nosso coração e memórias.


Luto nas crianças:


- Para crianças em idades pré-escolares a ideia do “para sempre” é difícil de ser compreendida, ela pode até achar que perda por ser revertida.


- As crianças de 3 a 5 anos ainda não possuem a noção de que a morte é algo definitivo mas já sabe que ela gera algum tipo de uma separação.


- As crianças de 5 a 6 anos ainda não tem noção do que é o ‘para sempre’ mas já entendem mais a respeito da morte e acham que não vai acontecer com elas.



- A partir dos 7 anos a noção de que a morte não pode ser evitada e de sua irreversibilidade, o “para sempre”, já começa a ser entendida e até os 10 anos já terá entendido estes conceitos mas acham que só acontecem com pessoas mais velhas

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É importante salientar que estas fases não são absolutas, ou seja, podem variar de criança para criança


Quanto mais severa é a perda para criança, maior a possibilidade de apresentar comportamentos agressivos, pesadelos ou até mesmo uma regressão para comportamentos que tinha anteriormente, como fazer xixi na roupa por exemplo. Geralmente são reações normais, esperadas que tem como finalidade principal chamar atenção e tendem a desaparecer com o tempo.

As crianças aprendem comportamentos com os adultos mais próximos, no caso do luto é importante os responsáveis expressarem seus sentimentos para que ela entenda que não é errado se sentir triste ou chorar. Só precisamos de muita atenção para não expressar comportamentos disfuncionais como ira ou fúria porque vão aprender também a se comportar dessa forma.


Quando se perde alguém muito próximo da família, não perdemos somente a pessoa mas também aquele cotidiano que se tinha, já que a família toda está passando por um processo de reestruturação após a perda de seu membro. Além disso, geralmente o responsável, em razão do vínculo com o falecido, está também muito mobilizado com a morte, o que acarreta uma dupla perda para a criança e uma sensação de maior desamparo.


É preciso ao máximo tentar manter a vida normal da criança, ou seja, a rotina. Voltar para as aulas o quanto antes, tanto na escola (se for o caso), natação, brincadeiras, vida familiar e outros. O quanto antes a família e, consequentemente, a criança conseguir voltar para sua rotina, melhor será para todos.


Escrever cartas, plantar árvores, soltar balões, rezar, ler livros, compartilhar historias consumam ajudar muito as crianças a se expressarem e dar (fechar ciclo) encerramento daquela fase.

Publicado em 27/12/2021